Parmi
beaucoup de poèmes
Jacques
Roubaud
Parmi
beaucoup de poèmes
Il
y en avait un
Dont
je ne parvenais pas à me souvenir
Sinon
que je l’avais composé
Autrefois
En
descendant cette rue
Du
côté des numéros pairs de cette rue
Baignée
d’une matinée limpide
Une
rue de petites boutiques persistantes
Entre
la Seine sinistrée et l’hôpital
Un
poème écrit avec mes pieds
Comme
je compose toujours les poèmes
En
silence et dans ma tête et en marchant
Mais
je ne me souviens de rien
Que
de la rue de la lumière et du hasard
Qui
avait fait entrer dans ce poème
Le
mot “respect”
Que
je n’ai pas l’habitude de faire vibrer
Dans
les pages mentales de la poésie
Au-delà de lui il n’y a rien
Et
ce mot ce mot qui ne bouge pas
Atteste
la cessation de la rue
Comme
un arbre oublié
de l’espace
ENTRE MUITOS POEMAS
Entre
muitos poemas
houve
um
do
qual não conseguia me lembrar
exceto
que o havia composto
há
muito tempo.
Enquanto
descia por esta rua
do
lado dos números
pares
Banhado
por uma límpida manhã
Uma
rua de lojas pequenas persistentes
entre
o Sena danificado e o hospital.
Um
poema escrito com meus pés.
Como
eu sempre componho meus poemas,
em
silêncio, na minha mente, a caminhar.
Mas,
não me lembro de nada
tão
somente da rua da luz e do acaso,
que
trouxe a esse poema
a
palavra "respeito"
Que
não costumo fazer vibrar
nas
páginas mentais da poesia.
Mais
além dela nada há
E
essa palavra essa palavra que não se move
anuncia
o final da rua
Como
uma árvore esquecida do espaço.
Ilustração:
PxHere.
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