Nem sei se cometi alguma
tolice.
Ou foi você quem fez, ou
não fez, alguma coisa.
É que, sem que me desse conta,
nem você, eu penso,
ficou, entre nós, este
espaço imenso,
apesar de estarmos tão
perto,
e de carinhos, um
deserto.
Sinto-me só,
com a paciência de Jô
e na garganta um nó.
Pateta sempre fui.
Parece que, no passado,
um pateta mais contente.
O passado é sempre melhor
na ilusão da gente.
Bebo vinho, no frio.
Cerveja, no calor
e, me embriago, como uma
compensação
para enganar a vida sem
emoção.
E, em qualquer época,
sinto falta de amor.
Mas, vou te dizer o quê?
Você todo dia reza por
nós,
faz o almoço, foge para
Netflix
para maratonar numa série
que sempre tem um final
feliz.
Nenhum de nós se queixa
nem diz
que a vida passa e não
tem bis.
E nunca mais seremos
o que já fomos.
E a felicidade, agora,
Parece um filme
que passou da hora
e só nos resta ir embora.
Ilustração: Armajeur.
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