Sunday, June 08, 2025

Uma poesia de Inès Montes

 


I

Inés Montes

Miro caer la tarde desde lo mas alto, observo los últimos rayos del sol devorándose a sí mismos e impregnando la ciudad con su luz rojiza. He atravesado el resplandor del desierto, la opaca densidad de la noche, la jauría de los tiempos. Quiero cerrar los ojos igual que la esfinge de Naxos para sonreír a la muerte y comprender la errática belleza de lo desconocido. Todos los signos me acercaron a ese lugar que está en otra parte, pero eran solo brasas desvanecidas en la memoria. El día se pierde en la oscuridad. Vuelo sobre los tejados de bronce y las columnas de humo. A lo lejos están las palabras que se niegan a ser borradas de la nada y escriben el último abrazo que pueda detener la incomprensible maquinaria del mundo.

I

Olho a tarde desde seu ponto mais alto, observo os últimos raios de sol devorando-se a si mesmos e impregnando a cidade com a sua luz avermelhada. Atravessei o resplendor do deserto, a densidade opaca da noite, a embalagem dos tempos. Quero fechar os olhos igual à esfinge de Naxos para sorrir da morte e compreender a beleza errática do desconhecido. Todos os sinais me acercaram desse lugar que está em outra parte, porém eram só brasas desvanecidas na memória. O dia se perde na escuridão. Voo sobre os telhados de bronze e as colunas de fumo. Ao longe estão as palavras que se negam a ser apagadas do nada e escrevem o último abraço que pode parar a máquina incompreensível do mundo.

Ilustração: Pinterest.

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