Thursday, March 16, 2006

A MORTE DO POETA


The Poet Is Dead
William Everson
(excerpt from Everson's memorial for Robinson Jeffers)

Snow on the headland,
The strangely beautiful
Oblique concurrence,
The strangely beautiful
Setting of death.

The great tongue
Dries in the mouth. I told you.
The voiceless throat
Cools silence. And the sea-granite eyes.
Washed the sibilant waters
That stretched lips kiss peace.

The poet is dead.

Nor will ever again hear the sea lions
Grunt in the kelp at Point Lobos.
Nor look to the south when the grunion
Run the Pacific, and the plunging
Shearwaters, insatiable,
Stun themselves in the sea.

O poeta está morto
(Excerto do Memorial de Everson para Robinson Jeffers)

Neve no promontório,
O estranhamente belo
Em sentido oblíquo,
O estranhamente belo
Na hora da morte.

A grande língua
Seca na boca. Eu disse a você.
A garganta muda
No frio silêncio. E os olhos de pedra esverdeada de mar.
Límpidas as águas rumorosas
Que estendem seus lábios para o beijo da paz.

O poeta está morto.

Nunca mais ouvirá os leões marinhos
Grunhirem na marinha de Ponto dos Lobos.
Nem irá mais olhar o sul quando os ventos uivarem
Correndo para o Pacífico e mergulhando
Ondas abaixo, insaciáveis,
Sacudindo o mar
E nele se transformando.

2 comments:

Lia Noronha said...

Bem triste esse poema...mas bem profundo.
Sua tradução é maravilhosa,sempre!
B-jim

Rose said...

Spersivo,
Recebi um convite da Lia p/ te conhecer, ela disse que era bom, mas mentiu: é muito bom.

voltarei aqui