Thursday, March 09, 2006

UMA POETISA PERUANA



XXIV
Magdalena Chocano

Yo soy intratable
ninguna luz me alumbra

El corazón puro es un cuchillo acezando
navegable incrustación del mar
Yo soy transparente
ninguna luz me evade

Óyeme espora habitante
no sé si soy eterna no estoy segura
Quien a Sí Se crea a Sí Se destruye

Materia es energía
Luz es energía
Materia es luz
Círculo de tiza donde nada concluye

Estoy formándome/ estoy creciendo
mi cabeza enterrada empieza a abrir los ojos
voy a reunir las partes todas de mi cuerpo
voy a contemplarme
Aire/Tierra/Agua/Fuego ¿sabéis de mí?
No. Nadie sabe de mí
Ni yo misma me sé

Auscultemos la fibra cándida y salvaje del silencio
Oye el estampido de esquejes reluciente
vibración de telares
Oye el rumor de epopeyaque transgrede la vida

Huraño exceso el de mi transparencia
asaz deslumbrante
Empáñeme yo?
Hágame soportable?
Vuélqueme opaca y mortal?

Celebro la Arista.
La espina de la rosa.
La punta del proyectil!
Todo lo que vale a la hora de sacudir el polvo de lãs
Sandálias

Al final
Quien a Sí Se crea a Sí reposa
por eso nunca me equivoco o siempre
y la luz desespera de seguirme

XXIV

Eu sou insociável
nenhuma luz me ilumina
O coração puro é uma faca brilhando
Como bóia navegável incrustada no mar
Eu sou transparente
nenhuma luz me escapa

Escuta-me habitante esporo
Eu não sei se sou eterna nem se estou segura
Quem em si crê a si se destrói
Matéria é energia
Luz é energia
Matéria é luz
Círculo de giz de onde nada se conclui

Eu estou me formando / crescendo
Com a cabeça enterrada começo a abrir os olhos
Vou reunir as partes do meu corpo
Eu me contemplarei

Ar / Terra / Água/ Fogo, sabes de mim?
Não. Ninguém sabe de mim
Nem eu mesma sei de mim mesma

Auscultemos a fibra cândida e selvagem do silêncio
Escutemos o estampido de velozes relampagos
vibração de teares
Escutemos o rumor da epopéia que transgride a vida

Excesso insociável de minha transparência
Assaz deslumbrante

Vai me empanar?
Me fazer suportável?
Me tornar opaca e mortal?
Eu celebro a radicalidade.
O espinho da rosa.
A ponta do projétil!
Tudo o que vale na hora de sacudir o pó das
sandálias

No fim
Quem em si crê em si repousa
por isto nunca me equivoco ou sempre
e a luz se desespera ao me seguir inutilmente.

1 comment:

Lia Noronha said...

Silvio : a crença em si mesmo...me parece o princípio de tudo!
Bom fim de semana e beijos carinhosos.