O comum, o normal me ofende.
Sou um maldito consumado
Tanto que meu incessante fado
Para o desvio sempre tende.
As linhas retas me obcecam
Na sua linearidade absurda
Me soam feito nota surda
Na qual os cantos secam.
As coisas quadradas destroem
Toda e qualquer pretensão.
Estão ocultas nelas o não
Que nos olhos e ouvidos doem.
Os homens que vivem na média
São, para mim, como algozes.
Matam pensamentos velozes
Numa rotina que me entedia.
A vida do seres ditos normais
Para quem pensa é longo sono,
Pois implica no abandono
Dos prazeres mais vitais.
(Do Livro Imagens da Incerteza).
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