O Lixeiro Filósofo
Óleo de Roberto Magalhães (http://robertomagalhaes.art.br)
É verdade, compadre, que sinto falta,
Que a enganei, que esgotei as cotas.
Não posso, enfim lhe contar lorotas
Que já fizemos boas e a conta é alta.
Sei bem que, hoje, agora, é civilizado
E aceito, pela maioria, como normal.
Mas, meu amigo, não me leve a mal
Embora por dor igual tenha passado.
Não se trata mesmo de machismo.
Chega um tempo que isto é ridículo
E, quando já se perdeu até o lirismo,
A amizade é, por certo, o único vínculo.
O pecado dela, porém tem de mortal,
Infelizmente, um plus tão zombeteiro
Que ultrapassa a traição habitual:
Tinha que dar logo pra um lixeiro!
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