Eugenio Montejo
a Alvaro Mutis
Cruzo la calle Marx, la calle Freud;
ando por una orilla de este siglo,
despacio, insomne, caviloso,
espía ad honorem de algún reino gótico,
recogiendo vocales caídas, pequeños guijarros
tatuados de rumor infinito.
La línea de Mondrian frente a mis ojos
va cortando la noche en sombras rectas
ahora que ya no cabe más soledad
en las paredes de vidrio.
Cruzo la calle Mao, la calle Stalin;
miro el instante donde muere un milenio
y otro despunta su terrestre dominio.
Mi siglo vertical y lleno de teorías...
Mi siglo con sus guerras, sus posguerras
y su tambor de Hitler allá lejos,
entre sangre y abismo.
Prosigo entre las piedras de los viejos suburbios
por un trago, por un poco de jazz,
contemplando los dioses que duermen disueltos
en el serrín de los bares,
mientras descifro sus nombres al paso
y sigo mi camino.
Adeus ao Século XX
A Álvaro Mutis
Cruzo a rua Marx, a rua Freud;
Ando pelos finais do século,
Devagar, insone, ensimesmado,
Espião honorário honroso de algum reino gótico,
Recolhendo vozes caídas, pequenos cascalhos
Tatuados de rumor infinito.
A linha de Mondrian ante meus olhos
Vai cortando a noite em sombras retas
Agora que já não cabe mais a solidão
Nas paredes de vidro.
Cruzo a rua Mao, a rua Stalin
Olho por um instante onde morreu o milênio
E outro desponta em seu domínio.
Meu século vertical e pleno de teorias...
Meu século de guerras e de pós-guerras
E seu tambor de Hitler ali adiante
Entre sangue e abismo.
Prossigo entre as pedras e os velhos subúrbios
Por um trago, por um pouco de jazz,
Contemplando os deuses que dormem dissolutos
Na serragem dos bares
Enquanto decifro seus nomes ao passar
E seguir o meu caminho.
Adeus ao Século XX
A Álvaro Mutis
Cruzo a rua Marx, a rua Freud;
Ando pelos finais do século,
Devagar, insone, ensimesmado,
Espião honorário honroso de algum reino gótico,
Recolhendo vozes caídas, pequenos cascalhos
Tatuados de rumor infinito.
A linha de Mondrian ante meus olhos
Vai cortando a noite em sombras retas
Agora que já não cabe mais a solidão
Nas paredes de vidro.
Cruzo a rua Mao, a rua Stalin
Olho por um instante onde morreu o milênio
E outro desponta em seu domínio.
Meu século vertical e pleno de teorias...
Meu século de guerras e de pós-guerras
E seu tambor de Hitler ali adiante
Entre sangue e abismo.
Prossigo entre as pedras e os velhos subúrbios
Por um trago, por um pouco de jazz,
Contemplando os deuses que dormem dissolutos
Na serragem dos bares
Enquanto decifro seus nomes ao passar
E seguir o meu caminho.
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