Wednesday, January 28, 2009
UMA POETISA BOLIVIANA
VIAJE INÚTIL
Yolanda Bedregal
Para qué el mar?
Para qué el sol?
Para qué el cielo?
Estoy de viaje hoy día
en viaje de retorno
hacia aquella palabra sin orillas
que es el mar de mi misma
y de tu olvido.
Después de que te he dado mar y cielo
me quedo con la tierra de mi vida
que es dulce como arcilla
mojada en sangre y leche.
Ahora me sobra todo lo que tuve
porque soy como acuario y como roca.
Por mi sangre navegan peces ágiles
y en mi cuerpo se enredan las raíces
de unas plantas violetas y amarillas.
Tengo en la espalda herida
cicatrices de alas inservibles,
y un poquito en mis ojos todavía
hay humedad inútil de recuerdos.
Pero, que importa todo esto ahora?
cuanto estiro los brazos y no hay nada
que no sea yo misma repetida.
Acaso no soy mar y no soy roca?
Misterios de colores en mi vida
suben y bajan en mareas altas
y extraños animales y demonios
se fingen ángeles y helechos en mis grutas.
Están además el mar, el sol, la tierra.
Ahora que he vuelto de un amor inmenso,
tengo ya en la palabra sin orillas
lo que pudo caber entre sus manos.
Viagem inútil
Para que o mar?
Para que o sol?
Para que o céu?
Estou de viagem hoje em dia
Viagem de retorno
Até aquela palavra sem beiras
Que é o mar de mim mesma
E do teu esquecimento.
Depois de ter te dado mar e céu
Acabo com a terra em minha vida
Que é doce como argila
Molhada em sangue e leite.
Agora em sobra tudo que tive
Porque sou como aquário e como rocha.
Por meu sangue navegam peixes ágeis
E no meu corpo se enredam as raízes
De umas plantas violetas e amarelas.
Tenho na espádua ferida
Cicatrizes das asas inservíveis,
E um pouquinho dos meus olhos, todavia,
Tem a umidade inútil das recordações.
Porém, o que importa tudo isto agora?
Quando estendo os braços e não há nada
Que não seja eu mesma repetida.
Acaso não sou mar e não sou rocha?
Mistérios de cores em minha vida
Sobem e descem nas marés altas
E estranhos animais e demônios
Se fingem anjos e eleitos nas minhas grutas.
Estão ademais o céu, o sol e a terra.
Agora que ele voltou de um amor imenso
Tenho já na palavra sem beiras
O que pode caber entre suas mãos.
Ilustração: www.cindyeu.zip.net/
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