Wednesday, April 28, 2010
JUANA DE IBARBOUROU
LA HORA
Juana de Ibarbourou
Tómame ahora que aun es temprano
y que llevo dalias nuevas en la mano.
Tómame ahora que aun es sombría
esta taciturna cabellera mía.
Ahora que tengo la carne olorosa
y los ojos limpios y la piel de rosa.
Ahora que calza mi planta ligra
la sandalia viva de la primavera.
Ahora que mis labios repica la risa
como una campana sacudida a prisa.
Después..., ¡ah, yo sé
que ya nada de eso mas tarde tendré!
Que entonces inútil será tu deseo,
como ofrenda puesta sobre un mausoleo.
¡Tómame ahora que aun es temprano
y que tengo rica de nardos la mano!
Hoy, y no mas tarde. Antes que anochezca
y se vuelva mustia la corola fresca.
Hoy, y no mañana. ¡Oh amante! ¿no ves
que la enredadera crecerá ciprés?
A hora
Leva-me agora que é cedo
e levo dálias novas na mão.
Leva-me agora que está sombria
e taciturna a cabeça minha.
Agora que tenho carne perfumada
e os olhos claros e a pele rosada.
Agora que calça meus pés ligeira
a sandália viva da primavera.
Agora que meus lábios destilam risadas
como uma campainha sacudida e presa.
Depois ..., ah, eu sei
que nada disto mais tarde terei!
Que, então, seu desejo será inútil,
como uma oferenda posta sobre um mausoléu.
Leva-me agora que é cedo
e eu tenho a mão repleta de nardos!
Hoje, não mais tarde. Antes que anoiteça
e se torne murcha a coroa fresca.
Hoje e não amanhã. Oh! amante! Não vês
que o raminho vai crescer e virar cipreste?
Ilustra
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