SONNETS
Pierre Ronsard
Ciel, air et vents, pleine et monts découverts,
Tertres fourchus et forêts verdoyantes,
Rivages torts, et sources ondoyantes,
Taillis rasés, et vous, bocages verts;
Antres moussus à demi front ouverts,
Prés, boutons, fleurs et herbes rousoyantes,
Côteaux vineux et plages blondoyantes,
Gastine, Loir, et vous, mes tristes vers,
Puisqu’au partir, rongé de soin et d’ire,
A ce bel oeil l’adieu je n’ai su dire,
Qui près et loin me détient em émoi,
Je vous suplli’, ciel, air, vents, monts et plaines,
Taillis, fôrets, rivages et fontaines,
Antres, prés, fleurs, dites-le-lui pour moi
SONETOS
II
Céu,
ar e ventos, cheios e montanhas nuas,
Montes bifurcados e florestas verdejantes,
Costas tortas e fontes ondulantes,
Lâminas raspadas e tu, verdes brenhas;
Montes bifurcados e florestas verdejantes,
Costas tortas e fontes ondulantes,
Lâminas raspadas e tu, verdes brenhas;
Locais
musgosos no rochedo com fendas,
Prados, botões, flores e ervas flamejantes
Encostas, vinhas e praias brilhantes,
Gastine, Loir e tu, minhas tristes poesias,
Prados, botões, flores e ervas flamejantes
Encostas, vinhas e praias brilhantes,
Gastine, Loir e tu, minhas tristes poesias,
Pois,
que, ao partir, roído de cuidado e ira,
Ao teu belo olho, o adeus não quis que fira
Que perto e longe o amor me prende assim
Ao teu belo olho, o adeus não quis que fira
Que perto e longe o amor me prende assim
Eu
vos suplico, céu, ar, ventos, montanhas e planícies,
Matagal, florestas, margens e fontes,
Lugares, prados, flores, conte-lhe por mim.
Matagal, florestas, margens e fontes,
Lugares, prados, flores, conte-lhe por mim.
Ilustração: https://twitter.com/.
No comments:
Post a Comment