YO NO LO SÉ DE CIERTO
Jaimes
Sabines
Yo
no lo sé de cierto, pero supongo
que
una mujer y un hombre
un
día se quieren,
se
van quedando solos poco a poco,
algo
en su corazón les dice que están solos,
solos
sobre la tierra se penetran,
se
van matando el uno al otro.
Todo
se hace en silencio. Como
se
hace la luz dentro del ojo.
El
amor une cuerpos.
En
silencio se van llenando el uno al otro.
Cualquier
día despiertan, sobre brazos;
piensan
entonces que lo saben todo.
Se
ven desnudos y lo saben todo.
(Yo
no lo sé de cierto. Lo supongo.)
EU NÃO SEI AO CERTO
Eu
não sei ao certo, porém, suponho
que
uma mulher e um homem
um
dia se querem
se
são deixados sozinhos pouco a pouco,
algo
em seu coração lhes diz que estão sozinhos,
sozinhos
na terra se penetram,
se
vão matando um ao outro.
Tudo
se faz em silêncio. Como
se
faz a luz dentro do olho.
O
amor une os corpos.
Em
silêncio se vão enchendo um ao outro.
Qualquer
dia despertam sobre braços;
Pensam,
então, que sabem tudo.
Se
veem nus e sabem tudo.
(Não
sei ao certo.O suponho.)
Ilustração:
O Globo.
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