Não creio em nada mais, ó
criatura,
Se não vejo o escuro nem
sequer a luz.
Até se falo mais de uma
língua
Nenhum significado minha
boca produz.
É que em minha vida tudo
se desfigura
Como pétalas de uma rosa fenecida,
E se, para um deus, ainda
faço juras,
Não creio nesta quanto
mais em outra vida.
Desalentos, tédios e
cansaços
São o que me sobram de
toda brincadeira
E quedo mole, pernas e
braços lassos.
E, para recuperar-me de
todas as canseiras
Invento poesias,
desenhos, traços
Como se as coisas fossem
verdadeiras.
Ilustração: http://blogdoalanribeiro.com.br/.
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