Não sei o que sinto
Não sei o que penso
Neste carnaval sou só reza
E incenso
E a paz de ficar deitado a olhar
O luar que baila, flutua
Ao som dos blocos
Na rua
Me imagino beijando a boca
De alguém sob a cortina
E me espanto de que seja
Tão menina!
Uma antena, minha cabeça,
Sem a sintonia do certo
O perfume de um corpo
Sinto perto
E no entanto
Presto
Se é sonho, ou não,
Só almejo fazer amor
No chão
(De "Águas Passadas", Editora Castanheiras, 2011).
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