Thursday, October 30, 2025

Uma nova poesia de Giorgio Caproni

 


ALBA

Giorgio Caproni

Amore mio, nei vapori d’un bar
all’alba, amore mio che inverno
lungo e che brivido attenderti! Qua
dove il marmo nel sangue è gelo, e sa
di rinfresco anche l’occhio, ora nell’ermo
rumore oltre la brina io quale tram
odo, che apre e richiude in eterno
le deserte sue porte? … Amore, io ho fermo
il polso: e se il bicchiere entro il fragore
sottile ha un tremitìo tra i denti, è forse
di tali ruote un’eco. Ma tu, amore,
non dormi, ora che in vece la tua già il sole
sgorga, non dirmi che da quelle porte
qui, col tuo passo, già attendo la morte.

AURORA

Meu amor, nos vapores de um bar

de madrugada, meu amor, que inverno

muito tempo e que emoção esperar! Aqui

onde a bola de gude no sangue é gelo, e sabe

o olho, agora no eremita, também se refresca

barulho além da geada eu que bonde

eu ouço, que abre e fecha para sempre

suas portas desertas? … Amor, eu parei

o pulso: e se o vidro dentro do acidente

magro tem um tremor nos dentes, talvez

um eco dessas rodas. Mas você, amor,

você não dorme, agora que no lugar do seu o sol já está brilhando

flui, não me diga que vem daquelas portas

aqui, com o seu passo, já aguardo a morte.

Ilustração: Adventure Club.

 

No comments: