ALBA
Giorgio Caproni
Amore mio, nei vapori
d’un bar
all’alba, amore mio che inverno
lungo e che brivido attenderti! Qua
dove il marmo nel sangue è gelo, e sa
di rinfresco anche l’occhio, ora nell’ermo
rumore oltre la brina io quale tram
odo, che apre e richiude in eterno
le deserte sue porte? … Amore, io ho fermo
il polso: e se il bicchiere entro il fragore
sottile ha un tremitìo tra i denti, è forse
di tali ruote un’eco. Ma tu, amore,
non dormi, ora che in vece la tua già il sole
sgorga, non dirmi che da quelle porte
qui, col tuo passo, già attendo la morte.
AURORA
Meu amor, nos vapores de
um bar
de madrugada, meu amor,
que inverno
muito tempo e que emoção
esperar! Aqui
onde a bola de gude no
sangue é gelo, e sabe
o olho, agora no eremita,
também se refresca
barulho além da geada eu
que bonde
eu ouço, que abre e fecha
para sempre
suas portas desertas? …
Amor, eu parei
o pulso: e se o vidro
dentro do acidente
magro tem um tremor nos
dentes, talvez
um eco dessas rodas. Mas
você, amor,
você não dorme, agora que
no lugar do seu o sol já está brilhando
flui, não me diga que vem
daquelas portas
aqui, com o seu passo, já
aguardo a morte.
Ilustração: Adventure
Club.

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