Soneto erótico
Julio Cortazar
A sonnet in a pensive mood.
Para C.C., que paseaba por las calles de Nairobi
Su mono azul le cine la cintura,
le amanzana las nalgas y los senos,
la vuelve um muchachito y le da plenos
poderes de liviana arquitectura.
Al viento va la cabellera oscura,
es toda fruta y es toda venenos;
el remar de sus musclos epicenos
inventa uma fugaz psicultura.
Amazona de mono azul, el arte
la fija en este rito paralelo,
cambiante estela a salvo de mudanza;
viejo poeta, mirala mirarte
con ojos que constelan otro cielo
donde no tiene puerto tu esperanza.
Soneto erótico
Um laço azul lhe cinge a cintura,
Amansando as nádegas e os seios
Numa fileira que lhe dá plenos
Poderes de cristalina arquitetura.
Ao vento a cabeleira escura,
É toda fruta e é toda venenos;
No remar de seus músculos epicenos
Inventa uma fugaz psicultura.
Amazona de laço azul, a arte
A fixa neste rito paralelo,
Estrela mutável sem mudança;
O velho poeta olha, e ao olhar-te,
Com olhos que imaginam outro céu
Aporta onde não tem sua esperança.
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