Thursday, April 05, 2012
Zurita de volta
Guárdame En Ti
Raúl Zurita
Amor mío: guárdame entonces en ti
en los torrentes más secretos
que tus ríos levantan
y cuando ya de nosotros
sólo que de algo como una orilla
tenme también en ti
guárdame en ti como la interrogación
de las aguas que se marchan
Y luego: cuando las grandes aves se
derrumben y las nubes nos indiquen
que la vida se nos fue entre los dedos
guárdame todavía en ti
en la brizna de aire que aún ocupe tu voz
dura y remota
como los cauces glaciares en que la primavera desciende.
Guarda-me em ti
Amor meu, guarda-me, então em ti
nos lugares mais secretos
que teus rios vão subir
e quando de nos dois
não sobrar algo mais que uma réstia
me guarda também em ti
guarda-me em ti como uma interrogação
das águas que correm.
E logo, quando os grandes pássaros
caírem e as nuvens nos indiquem
que a vida se foi entre os dedos
guarda-me, todavia, em ti
na brisa do ar que ainda ocupe a tua voz
dura e remota
como os fontes glaciais que, na primavera, descem.
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