Sunday, January 11, 2015

Mayra Oyuela


Prohibido olvidar

Mayra Oyuela                         
                                            A Lucy

Después de cruzar ciertos agujeros
atravesé la nostalgia
como se atraviesa un suspiro
en medio de cualquier semáforo.
Mis zapatos tienen clavículas,
bocas que se atragantan de pasos.


Primigenia me apresuro,
por primera vez en los labios
del hombre que jamás besé.
La nostalgia esta cocida a mano
como ese delantal que guarda en su ropero mi madre.
En silencio comienzo una oración
con la frase “prohibido olvidar” .
La noche es un telón que humedece,
un abrazo más por ofrecer,
uno persuasivo de adioses que no son definitivos.
Concluyo:
que los besos son para los que aman
sin promesas ni esperanzas.

Proibido esquecer

Depois de cruzar certos agulheiros
atravessei a nostalgia
como se atravessa um suspiro
em meio de qualquer semáforo.
Meus sapatos têm clavículas,
Bocas que se engasgam com passos.

Primogênita me apresso,
pela primeira vez nos lábios
do homem que jamais beijei.
A nostalgia é cozida à mão
como esse avental guardado no armário de minha mãe.
Em silêncio começo uma oração
com a frase "proibido esquecer".
A noite é uma cortina molhada,
um abraço a mais a oferecer,
um persuasivo de adeuses que não são definitivos.
Concluo:
que os beijos são para os que amam
sem promessas ou esperanças.

Ilustração: article.wn.com


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