Saturday, June 20, 2015

Uma poesia de Federico Rivolta

 
ESA PARTE DE MÍ

Federico Rivolta

Cuando apoyo el arma en mi cabeza, no pretendo destruir mi cráneo. Solo me imagino disparando a una pequeña región del cerebro, para que los recuerdos que me atormentan queden esparcidos en la pared.

Cuando apoyo la navaja en mis venas, no pretendo morir desangrado. Solo me imagino haciendo una pequeña incisión, para que las gotas de veneno que contaminan al resto queden derramadas en el suelo.

Cuando apoyo el puñal en mi pecho, no pretendo que mi corazón deje de latir. Solo me imagino rompiendo la coraza de odio, esa que me aparta del mundo que nos rodea.

No quiero matarme, solo quiero matar esa parte de mí que te hace daño.

Essa parte de mim

Quando apoio a arma na minha cabeça, não pretendo destruir meu crânio. Só me imagino
Disparando numa pequena região do cérebro, para que as recordações que me atormentam
Quedem espalhadas na parede.

Quando apoio a navalha nas minhas veias, no pretendo morrer cortado. Só me imagino
fazendo uma pequena incisão, para que aquelas gotas de veneno que contaminam  ao resto
quedem derramadas no solo.

Quando apoio o punhal no meu peito, não pretendo que meu coração deixe de bater. Só me imagino rompendo a couraça de ódio, essa que me aparta do mundo que me rodeia.

Não quero matar-me, só quero matar essa parte de mim que te faz dano.


Ilustração: www.pinterest.com

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