Los poetas, amor mío
Raúl
Gómez Jattin
Los
poetas, amor mío, son
Unos
hombres horribles, unos
Monstruos
de soledad, evítalos
Siempre,
comenzando por mí.
Los
poetas, amor mío, son
Para
leerlos. Mas no hagas caso
A lo
que hagan en sus vidas.
Os poetas, amor meu
Os
poetas, amor meu, são
Uns homens
horríveis, uns
Monstros
de solidão, evitá-os
Sempre,
começando por mim.
Os
poetas, amor meu, são
Para
lê-los. Mas, não faças caso
Do que
fazem de suas vidas.
Pequeña elegía
Raúl
Gómez Jattin
Ya
para qué seguir siendo árbol
Si
el verano de dos años
Me
arrancó las hojas y las flores
Ya
para qué seguir siendo árbol
Si
el viento no canta en mi follaje
Si
mis pájaros migraron a otros lugares
Ya
para qué seguir siendo árbol
Sin
habitantes
A no
ser esos ahorcados que penden
De
mis ramas
Como
frutas podridas en otoño.
Pequena elegia
Para
que seguir sendo árvore
Se o
verão de dois anos
Me arrancou
as folhas e as flores
Para
que seguir sendo árvore
Se o
vento não canta em minha folhagem
Se meus
pássaros migraram a outros lugares
Para
que seguir sendo árvore
Sem habitantes
A não
ser esses enforcados que pendem
Dos meus
ramos
Como
frutas podres de outono.
Ilustração:
obviousmag.org
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