No
vas a entender nunca mis lugares,
ni
que los apropie y los quiera y los extrañe.
No
sabés de mis calles ni de mis cortadas
ni
de lo que sigue girando
en
la calesita de la infancia.
No
vas a entender esta tristeza
que
es mía y que duele un cuerpo
recortado
grave vacío conectado cosido.
Ni
mis usos del lenguaje, ni mis deseos,
ni
las pocas cosas de mí en las que creo.
Hay
santas herejías de las que adolezco.
Não
vais nunca entender meus lugares,
nem dos
que se apropria e os queria e os estranha.
Não
sabe das minhas ruas ou das minhas feridas
nem do
que segue girando
no
carrossel da infância.
Não
vais entender esta tristeza
que
é minha, e que dói no corpo
costurado
grave vazio conectado cozido.
Nem
o meu uso da linguagem, nem os meus desejos,
nem
as poucas coisas de mim nas quais creio.
Há
heresias santas das quais padeço.
Las
palabras van a morir
a la
angustia
y no
hay signo
que
escape a ese paso.
Estamos
condenados
a la
música del adiós.
As
palavras vão morrer
com a
angústia
e
não há sinal
que
escape a esse passo.
Estamos
condenados
à
música do adeus.
La
sangre circula sola
y la
pregunta es “¿qué?”,
la
respuesta no importa
ni
lo que hayas escrito,
dónde
están tus papeles
a
qué huele mi carne.
Acabaremos
heridos
de
cualquier modo, el vino
no
me gusta. Por la noche
hay
palabras que sobran.
O
sangue circula somente
e a
pergunta é "o que?"
a
resposta não importa
nem
o que tenhas escrito,
Onde
estão teus papéis
que
cheiram à minha carne.
Acabaremos
feridos
de
qualquer forma, o vinho
não
me agrada. Pela noite
há
palavras que sobram.
Ilustração:
www.ensaiosababelados.com.br
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