Wednesday, June 08, 2016

Uma poesia de Elsa López

No pronuncio tu nombre por miedo a ver la herida                
Elsa López

No pronuncio tu nombre por miedo a ver la herida
y el golpe de la sangre.
No digo las palabras que debiera decirte.
Te miro.
Te contemplo.
Te observo.
Ojeo las esquelas y el tiempo de las nubes.
Luego digo algo inútil,
mágico,
irreparable.
Digo cosas curiosas como decir:
qué tal, hace calor, te quiero,
anoche he deseado tu cuerpo nuevamente.
Pero nada se oye dentro de las paredes.

Tú me miras inquieto,
decidido,
cobarde.
(Mi corazón empieza a deslizarse
por la suave pendiente de tu pelo.)

Não pronuncio teu nome por medo de ver a ferida

Não pronuncio o teu nome por medo de ver a ferida
e o golpe do sangue.
Não digo as palavras que deveria dizer-te.
Te olho.
Te contemplo.
Te observo.
Folheio os obituários e o tempo das nuvens.
Logo digo algo inútil,
mágico,
irreparável.
Digo coisas curiosas como dizer:
que tal, faz calor, te quero,
de noite tenho desejado teu corpo novamente.
Porém, nada se ouve dentro das paredes.

Tu me olhas inquieto,
decidido,
covarde.
(Meu coração começa a deslizar
pelo suave desnível  de tua pele.)


Ilustração: www.mensagenscomamor.com

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