Thursday, March 09, 2017

Uma poesia de María Auxiliadora Álvarez


nuestro recinto                     

María Auxiliadora Álvarez

vivo de ojos hacia el lugar de la nada

pero aún mis cuencas vacías
sienten amor por ti

déjate llevar por lo desconocido que nos mora

porque sólo al dolor tememos
pero el dolor es la noche que nos recibe
en su lecho de amor

Noche de vientos ululantes
su íntimo recinto

y el nuestro

cualquier mundo

queda extendida una red de nervios sensibles sobre el mundo

Cualquier mundo
será
un roce involuntario
de estremecimientos

lo irreal y lo muerto

por lo que no fuimos y fuimos
desconocimos e ignoramos
perdimos y guardamos
preservamos u olvidamos
repartimos o privamos
asumimos
deshicimos
malentendimos u honramos:

recibimos el golpe fatal de la alegría separando lo irreal y lo muerto

NOSSO RECINTO

vivo de olhos voltados para o lugar do nada

porém, ainda minhas órbitas vazias
sentem amor por ti

deixa-te pelo desconhecido que nos habita

porque só a dor tememos
porém, a dor é a noite que nos recebe
no seu leito de amor

Noite de ventos uivantes
seu íntimo recinto

e o nosso

mundo qualquer

fica estendida uma rede de nervos sensíveis sobre o mundo

qualquer mundo
será
um toque involuntário
de estremecimentos

o irreal e o morto

pelo que não fomos e fomos
desconhecemos e ignoramos
Perdemos e guardamos
preservarmos ou esquecemos
repartimos ou privamos
assumimos
desfazemos
mal entendidos ou honramos:

Recebemos o golpe fatal de alegria separando o irreal e os mortos

Ilustração: Ciência Hoje. 

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