Sunday, November 26, 2023

Uma poesia de Tobias Wray

 


THE LAST ORGASM

Tobias Wray

Stars and people and daffodils won’t last forever.

Hands down, forever will succumb to a single sensation,

one last heaven, one last shudder    

lost voice carried over the winds of the body, the canyons

of the hands in a shower, snow or warm? Last ashes

of satisfaction dance above an open mouth, teeth like light

in an emptied room, the wet music of the tongue.

Somebody will find the edge to all of humanity’s joy, a flood,

a punctuation will flood her with its certainty,

or them, or us, all at once, and that lonely breach

will ripple through, on and out, with indefatigable atoms.

Those asking hands never to slow their speeding ship    

one last starry daffodil excess will blow its soft dunes,

that lost voice, back, over everything that ever came

before. Until emptied out. And if you slow, if you slowly reach

across your own body until you feel it, too, even now?

You can come to an end, even now. It lasts, wanting to.

O ÚLTIMO ORGASMO

Estrelas e pessoas e narcisos não durarão para sempre.

Mãos abaixo, para sempre, irão sucumbir a uma única sensação,

um último céu, um último arrepio

uma voz perdida carregada pelos ventos do corpo, pelos desfiladeiros

das mãos no chuveiro, na neve ou no calor? Últimas cinzas

de satisfação dançam acima de uma boca aberta, dentes como luzes

numa sala vazia, a molhada música da língua.

Alguém irá encontrar o limite para toda a alegria da humanidade, uma inundação,

uma pontuação a inundará com sua certeza,

ou eles, ou nós, de uma só vez, e aquela brecha solitária

irá ondular, dentro e fora, com infatigáveis átomos.

Aqueles que pedem às mãos para nunca desacelerarem seu navio em alta velocidade

um último excesso de narciso estrelado irá explodir nas suas dunas macias,

aquela voz perdida, de volta, sobre todas as coisas que já vieram

antes. Até esvaziar. E se você desacelerar, se você alcançar lentamente

através do seu próprio corpo até você sentir isto também, mesmo agora?

Você pode chegar ao fim, mesmo agora. Isto dura, querendo.

Ilustração: A Gazeta.

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