YOU’RE THE TOP
Ellen Bass
Last
night I get all the way to Ocean Street Extension, squinting through the
windshield, wipers smearing the rain, lights of the oncoming cars half-blinding
me. The baby’s in her seat in the back singing the first three words
of You’re the Top. Not softly and sweetly the way she did when
she woke in her crib, but belting it out like Ethel Merman. I don’t drive much
at night anymore. And then the rain and the bad wipers. But I tell myself it’s
too soon to give it up. Though the dark seems darker than I ever remember. And
as I make the turn and head uphill, I can’t find the lines on the road. I start
to panic. No! Yes-the lights! I flick them on and the world resolves. My god, I
could have killed her. And I’ll think about that more later. But right now new
galaxies are being birthed in my chest. There are no gods, but not everyone is
cursed every moment. There are minutes, hours, sometimes even whole days when
the earth is spinning 1.6 million miles around the sun and nothing tragic
happens to you. I do not have to enter the land of everlasting sorrow. Every
mistake I’ve made, every terrible decision-how I married the wrong man, hurt my
child, didn’t go to Florence when she was dying-I take it all because the baby
is commanding, “Sing, Nana.” And I sing, You’re the top. You’re
the Coliseum, and the baby comes in right on cue.
VOCÊ É O
MELHOR
Ontem à
noite cheguei até a Ocean Street Extension, apertando os olhos através do
para-brisa, os limpadores manchando a chuva, as luzes dos carros que se
aproximavam me cegando parcialmente. O bebê está sentado no banco de trás
cantando as três primeiras palavras de Você é o melhor. Não de maneira suave e
doce, como fazia quando acordou no berço, mas cantando como Ethel Merman. Não
dirijo mais muito à noite. E então a chuva e os limpadores ruins. Porém digo a
mim mesmo que é muito cedo para desistir. Embora a escuridão pareça mais escura
do que alguma vez me lembrei. E quando faço a curva e subo a colina, não
consigo encontrar as linhas na estrada. Começo a entrar em pânico. Não! Sim, as
luzes! Eu as ligo e o mundo se resolve. Meu Deus, eu poderia tê-la matado. E
pensarei mais sobre isto mais tarde. Mas neste momento novas galáxias estão
nascendo no meu peito. Não existem deuses, mas nem todos são amaldiçoados a
todo momento. Há minutos, horas, às vezes até dias inteiros, em que a Terra
gira 2,6 milhões de quilômetros ao redor do Sol e nada de trágico acontece com
você. Não preciso entrar na terra da tristeza eterna. Cada erro que cometi,
cada decisão terrível-como me casei com o homem errado, machuquei minha filha,
não fui para Florença quando ela estava morrendo-, aceitei tudo porque o bebê
está me ordenando: “Cante, Nana”. E eu canto, você é o melhor. Você é o
Coliseu, e o bebê chega na hora certa.
Ilustração:
Isto É.
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