Este poeta em mim sempre latente
Vive a se repetir eternamente:
Como a querer superar o tempo
Pelo menos no seu pensamento.
E me repito mais, na minha cegueira,
Sequioso de restaurar o momento
Em que febril te beijei. Na esteira
Do que ainda experimento,
Recordações de carícias doces, íntimas,
Que pareciam ser as calmas águas
Como se o segundo parasse
E em cada instante se multiplicasse
O prazer. O que ´passou me maltrata
Vivendo esta vida tão ingrata
Porque depois retomo à verdade:
À tua ausência que, em mim, arde
E me faz querer o passado apenas.
E por isto, gozo as dores de mil penas.
Ilustração: Grooeland.
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