Se formos pensar
Tudo que existe nada nos
importa
E, no fim, tudo pesa
Como a folha ao vento.
Mundo passageiro
Como um sonho breve
Ou um jogo ligeiro.
Nada levamos desta vida.
Seja a glória, a fama,
amor, dinheiro.
É tudo apenas uma memória
Como se a lembrança
De uma partida bem jogada.
O contentamento, depois o
nada.
A glória pesa como um
fardo.
A fama, uma febril ilusão.
O amor, no final, uma
prisão.
O dinheiro, um logro
mascarado
de termos feito um jogo
bem jogado.
A vida, no entanto, joga
xadrez
conosco como uma
inteligência artificial:
é impossível ganhar no
final.
O xeque mate nos foi dado
no nascimento,
no momento da primeira
jogada.
Devemos felizes nos
sentir pelo jogo
e mais nada.
E é verdade que, alguns,
por meio da ciência , ou
pelo vinho,
pensam ter, por um
momento, uma vitória.
Porém logo a morte ou a idade
encerra o sentimento de
felicidade.
As sombras chamam por nós:
cala-se a voz.
Talvez, por algum tempo,
fique a lembrança.
O sonho, no entanto,
já se foi,
depois se vai a memória
e o jogo se esvai,
com as peças retiradas,
para a vala comum do
esquecimento.
Ilustração: Verve Blog-WorldPress.com.
No comments:
Post a Comment