ESTO FUE TODO
Miguel Veyrat
A las cosas les decís hermanas mías que no era nada
Que esto era todo y ya no queda nada
Soy yo la eternidad dice la pobre mesa
Soy la eternidad canta la cama deshecha
Cerca de la bombilla apagada y de la puerta abierta
Y una cierta insólita inhumana ternura
Dice que poco más que brasa era mi alma de antes
Entiéndelo tú huésped extraño que vives
Escondido en mis entrañas latiente llama
Que te quedaste a merced del viento pálida imagen
De lo que fuimos en vida de mi cuerpo
Cerca de la bombilla apagada y de la puerta abierta
Humo soy contigo fugaz espectro
Exhausto aliento mío alambique inmenso
De las camas mesas puertas y bombillas
Para cuando queden solas las cosas dando testimonio
ISSO FOI TUDO
Às coisas me dizem, irmãs minhas, que não foi nada.
Que isto foi tudo e não sobrou nada
Sou eu, a eternidade, diz a pobre mesa.
Eu sou a eternidade canta a cama desfeita
Perto da lâmpada apagada e da porta aberta
E uma certa insólita e desumana ternura
Diz que pouco mais que uma brasa era minha alma de antes
Entende-o, teu estranho hóspede que vive
Escondido em minhas entranhas latente chama
Que ficaste à mercê do vento, imagem pálida
Do que fomos na vida do meu corpo
Perto da lâmpada apagada e da porta aberta
Fumo sou contigo espectro passageiro
Exausto alento meu, alambique imenso
De camas, mesas, portas e lâmpadas
Para quando fiquem só as coisas dando testemunho
Ilustração: Pngtree.
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