Tuesday, November 22, 2005
ELEGIA AO GRANDE AMOR
E fostes incontrolável febre,
Inesgotável fonte de desejos
Que me fez forte, bravo,
Muito mais que um homem
Quase um deus humano
Em pleno o grande amor.
E me destes, sabiamente,
Entre palavras e beijos
A condição de sonhar
Na via, pela vida, acima da vida,
Como deve fazer sempre
Quem busca a harmonia.
E me legastes o sorriso
Em cada gesto simples,
Em cada momento doce,
Em todas as pequenas coisas
Que compõem a imensidão
De um verdadeiro grande amor.
E me ensinastes a beleza
De aceitar o diferente
Como igualmente bom e belo;
Assim como ver no nosso igual
Todas as pequenas diferenças
Que nos separa e desassemelha
E participam de nossa fragilidade.
E me levastes pelos caminhos
Mostrando que a dor é somente
Uma outra diferença válida
Para se poder apreciar devidamente
O vinho raro, fino, delicioso
Do prazer que nos foi dado gozar.
E me dissestes que a tristeza-
Condição própria da existência-
Deve ser tratada como uma sombra
Que só se torna possível na luz,
De tal forma que em tudo procurei
Ver o outro lado que sempre existe.
E me olhastes com olhos novos
Tantas vezes que me pasmei
De ver que, também, te via diferente
Outras tantas e tantas vezes
E criamos juntos o espanto
Que fez nosso amor imenso, imenso...
E me deixastes quando o amor
Se fazia mais vivo e mais presente
Talvez para que a dor fosse maior
(O amor, decerto, não poderia ser)
E nós pudéssemos lembrar felizes
Que vivemos, realmente, um grande amor.
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2 comments:
Sílvio, que encantamento! Lindíssima descrição, sentimentos doces e essa resignação pela perda do ser amado, tão doída.
Maravilhosas palavras de amor.
Beijos
Sempre volto neste poema, um dos mais lindos que já li.
P.S. Obrigada pela visita no meu ex-blog secreto (rsrsrs). E pels palavras que você deixou por lá.
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