Sunday, November 20, 2005

SEMPRE NA SUPERFÍCIE

Mergulhar não! É na superfície
Que as coisas estão. E o fundo
É cheio de pedras, sentidos,
sentimentos traiçoeiros

Que se escondem na profundeza
Abissal. O sofrimento, a dor,
Sempre arrasta para baixo, afunda,
mais funda

Do que deveria ser, sempre propensa
A mais doer, ser mais imensa,
mesmo em mim,
que sou tão covarde.

Que ninguém ouça este segredo
Frágil como louça: do mar
só quero
A brisa, a suavidade, o mistério,
O murmúrio como música
No momento em que a praia
sirva
Como cama ideal de uma noite lasciva!

1 comment:

Saramar said...

Sílvio, boa noite, bom dia

tão belo quanto o mar e a brisa marítima é esse poema de amor e medo. Maravilhoso.

Beijos