Wednesday, November 09, 2005

CORRENTE

Do que não se sabe nem se desconfia
É feita a magia das coisas e do tempo.
Há um alento que nos move sem sentido
Em busca do perdido e do oculto,
Mas, o vulto da morte, e sua foice, surge
Como um coice, na colheita implacável
E o viável é só, a mudez, o silêncio, o pó
Embora, lá fora, a vida continue
A desenrolar o interminável nó.
(Do livro Alquimia da Vida)

1 comment:

Saramar said...

O poema é tão perfeito que a morte surge literalmente no meio dele, como um coice! Maravilhoso.
Obrigada

Beijos