Sunday, July 04, 2010
Juana de Ibarbourou
LA HORA
Juana de Ibarbourou
Tómame ahora que aun es temprano
y que llevo dalias nuevas en la mano.
Tómame ahora que aun es sombría
esta taciturna cabellera mía.
Ahora que tengo la carne olorosa
y los ojos limpios y la piel de rosa.
Ahora que calza mi planta ligra
la sandalia viva de la primavera.
Ahora que mis labios repica la risa
como una campana sacudida a prisa.
Después..., ¡ah, yo sé
que ya nada de eso mas tarde tendré!
Que entonces inútil será tu deseo,
como ofrenda puesta sobre un mausoleo.
¡Tómame ahora que aun es temprano
y que tengo rica de nardos la mano!
Hoy, y no mas tarde. Antes que anochezca
y se vuelva mustia la corola fresca.
Hoy, y no mañana. ¡Oh amante! ¿no ves
que la enredadera crecerá ciprés?
A hora
Leve-me agora que é cedo
e eu levo dálias novas na mão.
Leve-me embora agora que é sombra
silêncio é a minha cabeça.
Agora que tenho a carne perfumada
e os olhos claros e a pele rosada.
Agora que calço no meu pé ligeiro
a sandália viva da primavera.
Agora que em meus lábios sobram risos
como uma campainha que ficou presa.
Depois ..., ah, eu sei
que já nada disto mais tarde terei!
Então, seu desejo será inútil,
como uma oferenda posta sobre um mausoléu.
Leve-me agora que é cedo
e eu tenho as mãos ricas de nardos!
Hoje, e não amanhã. Ò amante, não vês
que a trepadeira virará cipreste?
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