Saturday, April 14, 2012

Só, novamente só.


Novamente
Tenho a glória de ser só...

Por um momento, só por um momento, pensei
Que valeria a pena todo o amor que amei,
Porém, a verdade é que o outro que se ama
É só a ilusão que temos de que é possível
O impossível desejo de sermos outro igual a nós.
E, ela, mais rápida que eu, compreendeu
Que o amor imortal mata os amantes
E, com algumas palavras, num só instante,
Baixou o pano da realidade e nos vimos,
Pobres atores, a encarar nossas dores
E o fato incontestável de que estamos sós
Ainda que os aplausos da platéia,
Criando a fantasia que tanto anseia,
Nos torne maiores do que somos.
E a sermos nós mesmos, voltamos,
Cada um por seu caminho, só.

Ilustração: tododiaumtextonovo.blogspot.com

1 comment:

fatima vitoriano said...

Ah poeta querido,
Tens a sensibilidade de escrever com beleza as coisas da vida e muitas vezes diz aquilo que nem sempre, sabemos expressar!!!
É bela, essa solidão, mesmo que triste às vezes.
Que tua luz continue iluminando os nossos caminhos.