Esta cidade de quem todos reclamam-
E parece que ninguém ama-
É a minha cidade.
Não sei o que ela tem
Nem o que me ofereceu
Que não seja,
Talvez,
Um pôr de sol
Que distribui cores de Rembrandt,
Minhas maiores alegrias,
Os doces momentos que já esqueci,
Porém, que fizeram a vida valer a pena,
Esta vontade eterna e sempre não pequena
De viver mais,
Uma tristeza vaga e
Este calor aconchegante
Que vem do céu azul,
Que, de repente, se apreteja
E se transforma em vento e chuva
Soando docemente
Como um salmo em igreja.
Sei que ela não é tão bela
Como deveria.
Mas, quem é?
Esta cidade assim
Mesmo parecendo suja, feia,
Mal-acabada, em eterna construção,
Tem o dom de ser
Minha terra amada
E há sempre de ser linda para mim
E viver eternamente no meu coração.
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