El olvido
Vicente Aleixandre
No es tu final como una copa vana
que hay que apurar. Arroja el casco, y muere.
Por eso lentamente levantas en tu mano
un brillo o su mención, y arden tus dedos,
como una nieve súbita.
Está y no estuvo, pero estuvo y calla.
El frío quema y en tus ojos nace
su memoria. Recordar es obsceno,
peor: es triste. Olvidar es morir.
Con dignidad murió. Su sombra cruza.
Esquecimento
Não és tu, afinal, como uma bebida vã
que se há de beber. Joga o casco e morre.
Então, lentamente levantas na tua mão
um brilho ou sua menção, e ardem os teus dedos,
como uma neve súbita.
Está e não esteve, porém, esteve e cala.
O frio queima e nos teus olhos nasce
sua memória. Recordar é obsceno,
pior: é triste. Esquecer é morrer.
Com dignidade morro. Sua sombra passa.
Não és tu, afinal, como uma bebida vã
que se há de beber. Joga o casco e morre.
Então, lentamente levantas na tua mão
um brilho ou sua menção, e ardem os teus dedos,
como uma neve súbita.
Está e não esteve, porém, esteve e cala.
O frio queima e nos teus olhos nasce
sua memória. Recordar é obsceno,
pior: é triste. Esquecer é morrer.
Com dignidade morro. Sua sombra passa.
Ilustração: gigicangica.blogger.com.br
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