Tuesday, November 24, 2015

Uma poesia de Abel Marín

Amor imposible                                                                       
Abel Marín

Si me fuera tu vida indiferente;
si yo te amara menos y tú más;
si corazón y sangre y alma y mente
latieran con un ritmo y un compás;

Si fuéramos dos almas paralelas
para volar, cantar, soñar y amar;
dos gaviotas errantes y gemelas
hijas del cielo azul y la ancha mar;

mas somos dos quejosos manantiales
que sueñan entre espinos y jarales
sediento uno del otro y nada más,

oyendo, bajo tálamo de frondas,
tu sollozar mis ondas, yo tus ondas
¡ay! sin podernos confundir jamás.

Amor impossível

Se me fosse tua vida indiferente;
se eu te amasse menos e tu mais;
se coração e sangue e alma e mente
tivessem um ritmo e um compasso de ais;

Se fossemos duas almas paralelas
para voar, cantar, sonhar e amar;
duas gaivotas errantes e gêmeas
filhas do céu azul e do largo mar;

mas, somos dois queixosos mananciais
que sonham entre espinhos e rosas
sedento um do outro e nada mais,

ouvindo, sob as árvores frondosas
tu soluçar minhas ondas, eu, tuas ondas
ai! Sem pudermos nos confundir jamais.

Ilustração: www.blckdmnds.com


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