Clávame con tus ojos
esa nube
Claudio
Rodríguez
Clávame
con tus ojos esa nube
y
esta esperanza de hombre que me queda.
¿Por
dónde yo si estaba en la alameda
de
tus ojos mintiendo cuando estuve?
Disciplina
de todo lo que sube.
De
lo que mira y ve, mientras se enreda
su
triste agilidad, como en la rueda
de
tus campos del cielo que no anduve.
Y
es por seguir cegueras sin mancilla
por
lo que tanta bruma nos separa
y
hace del resplandor su maravilla,
su
clavel mudo. ¡Y qué ajenos al daño
después,
cuando tus ojos son la clara
locura
de no verme siempre extraño!
CRAVA-ME COM TEUS OLHOS
ESSA NUVEM
Crava-me
com os teus olhos essa nuvem
e
esta esperança de homem que me resta.
Onde
eu estava na alameda
dos
teus olhos mentindo quando lá estave?
Disciplina
de tudo que sabia.
Do
que olha e vê e vê, enquanto enrola
sua
triste agilidade, como na roda
de
teus campos do céu em que não andei.
E
é por seguir a cegueira sem defeito
Pelo
o tanto que a neblina nos separa
e
faz do esplendor a sua maravilha,
seu
cravo mudo. E que alheios ao dano
depois,
quando teus olhos são a clara
loucura
de nem me ver sempre estranho!
Ilustração:
pontosdeumponto.blogspot.com.
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