Tuesday, September 05, 2023

Outra poesia de Olga Jimenéz

 


AL FINAL

Olga Jimenéz

Al final nos vamos a morir sin saber nada,

mira que te lo tengo dicho.

Que te pierdes en las inmundicias de la cotidianidad

y se te olvidan el amor, la virtud

y todos los gestos simples que transmiten ambas cosas.

 

Al final nos morimos sin saber vivir,

te lo advierto.

Tú me miras y te ríes.

Te descojonas de mí y de la vida

porque se ha apoderado de ti la sensación de inmortalidad

que otorga la juventud plena.

 

Pero yo ya soy una anciana,

nací con la consciencia de la muerte grabada en las pupilas

y miro con ellas a todas las cosas.

Pongo a la muerte entre el mundo y yo.

Mido con esta vara, fin último de nuestra existencia.

 

Sé que no me entiendes y que te parezco una mujer triste.

Lo que no sabes

es que puedo aprender a vivir hoy

porque ya aprendí a morir hace mucho tiempo.

 

 

 

AO FINAL

Ao final nós vamos morrer sem saber nada,

Veja o que tendo dito.

Que te perdes na imundície da vida cotidiana

e se te esquece o amor, a virtude

e todos os gestos simples que transmitem ambas as coisas.

 

Ao final nós morremos sem saber viver,

Eu te advirto.

Tu me olhas e ris.

Te desencorajas de mim e da vida

porque há se apoderado de ti a sensação de imortalidade

que outorga a juventude plena.

 

Porém eu já sou um anciã,

Nasci com a consciência da morte gravada nas pupilas

e olha com ela para todas as coisas.

Ponho a morte entre o mundo e eu.

Meço com esta vara, fim último da nossa existência.

 

Sei que não me entendes e pareço uma mulher triste.

O que você não sabe

é que posso aprender a viver hoje

porque já aprendi a morrer faz muito tempo.

Ilustração: Fatos Desconhecidos.

No comments: