DISPARO
Natalia Litvinova
El tiempo se rompe como
un vaso.
Puedo juntarlo con las
manos y admirar
el mundo en sus cristales
rotos.
O juntar las manos como
quien reza.
No juntar más que mis
manos.
Apuntar con los dedos a
mi pecho
disparando sin darme
muerte.
Tan sólo acomodarlas allí
como a dos palomas
débiles y frías
después de una vida de
lluvia.
DISPARO
O tempo quebra como um
copo.
Posso juntá-lo com as
mãos e admirar
o mundo de seus vidros
quebrados.
Ou juntar as mãos como quem
reza.
Não juntar mais do que minhas
mãos.
Apontar com os dedos o
meu peito
disparando sem me matar.
Tão só acomodá-las ali
como duas pombas débeis e
frias
depois de uma vida de
chuva.
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