Wednesday, January 24, 2024

Uma poesia de Aitana Monzón

 


DE LAS COSAS QUE ARDEN NO QUEDA SINO EL SOL  

Aitana Monzón

I

exterior. octubre

pero no acude el cierzo ni el panizo.

me he ido con la luz

serena de algún corzo

amaestrado en su derrota.

II

porque el salmo finisce

y no hay otra virtud

que suceder.

nunca hubo otro cuerpo

que no fuera ascensión.

 

de tanto por arder,

solo mis manos cóncavas

que todo lo repiten.

III

a callarse otra vez,

a darse desde fuera sin preguntas.

 

lo que aquí veis

de mí es una falta

-no se ve lo perdido-.

 

para qué esa palabra

que nada puede urdir.

IV

e tutto ciò che vi assedia

brucerà            —tranne

i vostri occhi.

[Pavese]

 

DAS COISAS QUE QUEIMAM SÓ RESTA O SOL

I

Exterior. Outubro

porém o vento e o milho não vêm.

Fui com a luz

serena de algum veado

treinado em sua derrota.

II

porque o salmo termina

e não há outra virtude

o que suceder.

nunca houve outro corpo

que não fosse ascensão.

 

de tanto queimar,

somente minhas mãos côncavas

que tudo repetem.

III

calar outra vez,

estar de fora sem perguntas.

 

o que aqui vês

de mim é uma falta

- não se vê o perdido.

 

para que essa palavra

que nada pode urdir.

IV

e tudo que vi te cerca

vai queimar-exceto

teus olhos.

[Pavese]

Ilustração: thirstymag.com.

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