Friday, March 16, 2007

AINDA SOSA

BAJO UN ARBOL

Roberto Sosa

A Ramón Custodio

Este hombre sin pan, ese sin luces y aquel sin voz
equivalen al cuerpo de la patria,
a la herida y su sangre abotonada.

Contemplen el despojo:
nada nos pertenece y hasta nuestro pasado se llevaron.

Pero aquí viviremos.

Con la linterna mágica del hijo que no ha vuelto
abriremos de par en par la noche.
De la nostalgia por lo que perdimos
irmeos construyendo un sueño a piedra y lodo.

Guardamos, los vencidos, ese sabor del polvo que mordimos.

Junto a esto
que a veces es algo menos que triste,
bajo un árbol,
desnudos si es preciso, moriremos.

SOB UMA ÁRVORE

A Ramón Custodio

Este homem sem pão, sem luzes e aquele sem voz
são equivalentes ao corpo da pátria,
ferida e a seu sangue abotoado.

Contemplam o despojo:
nada nos pertence e até nosso passado já levaram.

Porém, aqui, viveremos.

Com a lanterna mágica do filho que não voltou
abriremos de par em par a noite.
Da nostalgia pelo que perdemos
iremos construindo um sonho de pedra e
lodo.
Guardamos, dos vencidos, este sabor do polvo que mordemos.

Junto a isto
que às vezes é algo menos que triste,
sob uma árvore,
desnudos, se preciso, morreremos.

2 comments:

Lia Noronha &Silvio Spersivo said...

Silvio:sua tradução é bem oportuna...pois nos toca profundamente..diante de td que temos vivido em nosso pais!Beijos de boa noite de sábado pra vc.

Lia Noronha said...

Bo0m fim de semana pra vc..espeor que tenha melhorado por completo da gripe,ok?Bjin con carin