Wednesday, March 28, 2007

UM POETA DOMINICANO


Enciendo un fósforo

José Acosta

Enciendo un fósforo y nace mi mano.
Sobre el fondo una moneda flota o quizá
la redondez luminosa del ojo de un gato.
Hago ascender mi mirada arañando las tinieblas
y se hace libre allá, a lo lejos, en la cima
de todos los quejidos.
Es que estás a mi lado y aún no lo sabía
es que viajan en mí todos los pueblos
y ahora, precisamente, llaman a mi puerta.
Enciendo un fósforo y nace
tu cuerpo tejido con la noche.
Todo está tan cerca a veces, a un frágil dolor
de distancia
pero en verdad tememos horriblemente
saberlo.

ACENDO UM FÓSFORO

Acendo um fósforo e nasce minha mão.
Sobre o fundo uma moeda flutua ou talvez
o globo luminoso do olho de um gato.
Faço meu olhar subir arranhando a escuridão
e se tornar livre lá, lá longe, por cima
de todos os gemidos.
É que estais ao meu lado e ainda não sabia
é que viajam em mim todos os povos
e agora, precisamente, batem na minha porta.
Acendo um fósforo e nasce
teu corpo tecido com a noite.
Tudo está tão perto, às vezes, a uma frágil dor
de distância
mas, em verdade, tememos horrivelmente
ter consciência.

1 comment:

Lia Noronha said...

Silvio: bom fim de semana meu querido amigo.
Beijos bem carinhoso diretamente do meu Cotidiano.