Flor da Ruína
Que de tudo necessitava para destruir
Era uma realidade que não sabia explicar
E explicava que, se as coisas não quebrassem,
Os comerciantes não venderiam nada.
Mas, no íntimo, sofria com tal mistério.
Ainda mais por ter as coisas e as pessoas
Como um complemento do prazer de viver
No qual, sem saber, se incluía o destruir
E funcionava como uma espécie de magia
Porque, no fundo, os que queriam afundar
Descobriam, num olhar, o seu destino-
Que não se negava como não costuma.
E logo, numa onda, em espuma morria
Toda vontade e o naufrago a se arrastar
Consentia em ir, ao léu, pelo mar de sua agonia
Mole, fraco, frágil e , ao fim, masoquista.
Ela nem sentia nas conquistas prazer
Tanto que mudava de par e de sexo
Na busca infrutífera de mudar seu ser
Que rosa do lôdo vicejava no esgoto.
Assim, pouco a pouco, sua grandeza
Em realeza convertida ganhou os salões
E a mulher da vida virou grande dama,
De forma que arranjou formas de ruir
Quem a elevou e muitos, muitos mais,
Numa fúria de destruição tão cruel
Que a si mesmo envenenou e matou
Sem precisar mais do que palavras,
Seu sexo ardente, sua naturalidade
Em se dar e dspertar fortes paixões
Que seu instinto não negava em satisfazer.
E eram muitos a procura-lá como um farol
De luxúria, gozos e gastos exagerados
E eles eram mais culpados por se apegar
Ao que sabiam ser sua fatal ruína.
Ela era só uma menina que se queixava
De que mal gostava de seu brinquedo
Este acabava destruído por um mundo
Que nunca lhe satisfez os sentidos.
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