Os sonhos jazem todos abandonados, secos, esquecidos.
Velhos brinquedos de uma criança adulta.
Os sonhos não mais existem.
Que outros, não eu, digam isto,
Embora saiba que o momento de sonhar passou.
Ó sonhos, por que não vos tornastes verdade?
Por que nos deixas assim, diante da realidade,
arída e insípida?
Os sonhos e os deuses não respondem,
De vez que é próprio do poder, calar.
Enquanto a esperança de novos tempos
Morre espremida na janela do engano
Insisto em desejar ainda um sonho
Mesmo quando este desejo
possa parecer loucura
E semelhante resistência à realidade
Sugira o louco que os insanos dizem são.
Se houvesse, ao menos, uma oportunidade...
Pequenina...um furo de agulha
Exisitira, enfim, uma razão plausível,
Para tão inglória luta,
Porém não há.
Na ausência do haver assim perdidos
Os sonhos permanecem na gaveta,
Adormecidos num sono eterno,
Qual estrelas que brilham na lama
Sem direito à imensidão do céu.
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