I POETI SONO BRAVA GENTE
Cinzia Marulli
Non
abbiate paura, non c’è pericolo
i
poeti sono brava gente:
non
se ne vanno nudi per la strada
non
hanno volti emaciati
non
camminano scalzi sui carboni
ardenti
Hanno
fame i poeti – come voi –
attraversano
il buio con la paura
sulla
pelle, tremano al freddo
e
mangiano tutti i giorni
–
o almeno vorrebbero farlo –
I
poeti si fanno la doccia, vanno al bagno
a
fare la spesa. Addirittura si sposano
e
hanno figli.
Talora,
ma non lo dite ad alcuno
–
hanno pure l’amante –
Vi
assicuro – i poeti sono brava gente
anche
se a volte sono indisponenti
si
appropriano
dei
sentimenti che vagano nell’aria
li
bevono e se ne ubriacano
e
poi scagliano parole – le incidono sulla carta –
tagliano
ferocemente la luce fredda
del
vuoto.
Piangono
i poeti – piangono il sangue del mondo –
scavano
nelle miniere più profonde
le
scoperchiano per inondarle di luce.
E
se tutti voi non avrete paura di loro
vi
assicuro
i
poeti diventeranno veramente brava gente.
OS POETAS SÃO GENTE BOA
Não
tenham medo, não é perigoso
os
poetas são gente boa:
não
andam nus pelas ruas,
não
possuem rostos emaciados,
não
caminham descalços
sobre
as brasas.
Os
poetas tem fome-como vocês-
atravessam
a escuridão com medo
na
pele, tremem de frio
e
comem todos os dias
-ou,
pelo menos, querem comer-
Os
poetas se molham, vão tomar banho,
vão
as compras. Se casam inclusive
e
tem filhos.
As
vezes, porém, não dizem nada a ninguém
-tem
também uma amante-
Lhes
asseguro-os poetas são gente boa
inclusive
se, às vezes, são irritantes
se
apropriam
dos
sentimentos que vagam no ar
os
bebem e se embriagam
E
logo jogam palavras- as gravam em papel-
cortam
ferozmente a luz fria
do
vazio.
Choram
os poetas-choram o sangue do mundo-
escavam
as minas mais profundas
e
as destapam para inundá-las de luz.
E
se todos vocês não lhes tem medo
lhes
asseguro
os
poetas voltarão, realmente, a ser gente boa.
Ilustração: Nighthaws-edward hooper-col.art.instituto de Chicago.
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