Julio
Cortazar
Con
qué tersa dulzura
me
levanta del lecho en que soñaba
profundas
plantaciones perfumadas,
me
pasea los dedos por la piel y me dibuja
en
le espacio, en vilo, hasta que el beso
se
posa curvo y recurrente
para
que a fuego lento empiece
la
danza cadenciosa de la hoguera
tejiédose
en ráfagas, en hélices,
ir
y venir de un huracán de humo-
(¿Por
qué, después,
lo
que queda de mí
es
sólo un anegarse entre las cenizas
sin
un adiós, sin nada más que el gesto
de
liberar las manos ?)
UM BREVE AMOR
Com
que terna doçura
me
levanto do leito em que sonhava
com
profundas plantações perfumadas
me
passeando pelos dedos pela pele e me desenha
no
espaço, nos limites, até o beijo
pousar
em curvas e recorrente
para
que o fogo lento inicie
a
dança cadenciada da fogueira
tecendo
em rajadas, em hélices,
indo
e vindo de um furacão de fumaça -
(Por
que, depois,
o
que sobra de mim
é
apenas um afogamento nas cinzas
sem
um adeus, sem nada além do gesto
de
libertar as mãos?)
Ilustração:
Toques de Carinho – blogger.
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