como uma lua de carne
lânguida, sensual, tentadora
dançando sob uma música provocadora
sob os olhos cobiçosos de mil homens,
que não sabem que tua beleza
têm a picada mortal das cobras,
o veneno das aranhas venenosas,
a doçura do mel matinal dos astecas,
a pimenta malagueta de Angola,
que desmancha as línguas mais finas.
Tu, deusa da selvageria,
com teu olhar inocente de malícia
catas entre os espectadores
a próxima vítima, sem remorso,
dos que antes te serviram de pasto,
sabendo que o sangue deles te alimenta.
E ofereces o teu canto de sereia,
as pernas fortes, o corpo formoso,
o delicioso balançar das ancas
como uma isca da armadilha
que são os teus seios e quentes braços,
sonho de tantos
que ignoram ser teu regaço
a mais fatal armadilha.
Claro que,
meticulosa como és,
todas as mortes são acidentais...
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