MINOTAURA
Olga
Jimenéz
Bajo tu yugo,
humanidad, que es soledad y es laberinto,
me
transformo en un engendro.
Toda
masa uniforme de carne y pensar,
paso a
asumir el castigo dictado por ser
(agravio
maldito, que estallen los espejos)
lo
que, sin pena, habéis hecho de mí.
Aquí
me tenéis, ante vosotros,
desnuda
y sangrando, desde las vértebras hasta los poros,
bailando
vuestras pútridas melodías:
uno-dos,
uno-dos.
Solo
me falta ceñirme hasta el filo del cuello una cabeza grotesca de toro
para
que podáis llamarme miedo
y
prenderle fuego fatuo
al
reflejo de mi libertad.
MINOTAURA
Sob o teu jugo, a
humanidade, que é solidão e labirinto,
Eu me transformo em uma
aberração.
Toda massa uniforme de
carne e pensamento,
passo a assumir o castigo
ditado por ser
(maldita queixa, que
estalem os espelhos)
o que, sem pena, fizestes
de mim.
Aqui me tens, ante ti,
desnuda e sangrando, das
vértebras aos poros,
dançando suas pútridas
melodias:
um-dois, um-dois.
Só o que falta fazer é
enrolar na ponta do pescoço uma grotesca cabeça de touro
Para que possa me chamar
de medo
e ligar o fogo-fátuo
ao reflexo da minha
liberdade.
Ilustração: Knight of Hammer.
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