Minha
cidade, que era como meu porto de descanso,
lugar
de repouso das angústias, terra santa dos amores,
da
cumplicidade e de tudo que me era familiar
me
parece, agora, uma estranha.
Não
tenho mais
a
mesma sensação de segurança
ao
percorrer suas ruas,
nem
mais posso
andar
pelas noites
sentindo
às carícias do luar.
Até
o mirante
de
onde, muitas vezes,
contemplei
o por do sol, inebriado,
não
tenho mais acesso
nem
posso mais,
como
no passado,
brincar
o carnaval
sem
que uma confusão
faça
o que era brincadeira
se
tornar um inferno
como
se o diabo,
vestindo
terno,
viesse
infernizar o carnaval.
Minha
cidade,
de
repente,
é
esta cidade estranha,
de
onde se foi a paz.
Minha
cidade e eu,
infelizmente,
estamos
em crise
e,
como um casal que se perdeu,
moramos
juntos,
mas,
não nos amamos mais!
Para encerrar o caso
só
falta a lápide com “Um amor de quase 40 anos aqui jaz...”
Ilustração:
www.skyscrapercity.com
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