Saturday, February 14, 2015

Um poema de Fernando Luis Pérez Poza

HOY TODO ME CANSABA                                
Fernando Luis Pérez Poza

Hoy todo me cansaba
y me salí de dentro
y me quedé solo, sin piel,
sin voz, sin esqueleto.
Los días morían
atrapados en el cuerpo,
uno tras otro,
en esa cárcel
llamada calendario
que se deshoja cada mes
y al año sufre doce otoños.
Y volé transparente,
cegado por la luz de un espejo
que me llamaba:
-Ven, poeta, no temas.
Agarra el papel, la pluma,
todos tus bártulos y ven.
Aquí te espero, poeta-
Pero yo me negué a ir
porque no se debe
complacer a la muerte.

Hoje tudo me cansava

Hoje tudo me cansava
e me saí de dentro
e fiquei só, sem pele,
sem voz, sem esqueleto.
Os dias morriam
presos no corpo,
um atrás do outro,
neste cárcere
chamado calendário
que se desfolha a cada mês
e no ano sofre doze outonos.
E voei transparente,
cego pela luz de um espelho
que me chamava:
-Vem, poeta, não temas.
Pega o papel, a caneta,
todos os seus pertences e vem.
Aqui te espero, poeta

Porém, eu me neguei a ir
porque não se deve
agradar à morte.


Ilustração: lekaflores.blogspot.com

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